Por que a ciência diz que a dependência química não tem cura?
Embora haja esperança, saiba por que a ciência diz que a dependência química não tem cura e como é possível viver sob controle.
Rafael Bertin
6/20/20244 min read


Se você chegou até aqui, é bem provável que esteja buscando respostas para o problema desafiador do uso de substâncias. Embora haja esperança, quero trazer maior esclarecimento sobre por que a ciência diz que a dependência química não tem cura.
Do ponto de vista científico, ela é vista como uma doença crônica, como diabetes, bronquite. Assim como essas doenças, dá para viver com ela sob controle. Entenda melhor sobre isso, continuando a leitura!
O que a ciência diz sobre a natureza da dependência química
Em resumo, a dependência do uso de substâncias é classificada mundialmente como um transtorno psiquiátrico, sendo considerada uma doença crônica.
Isso significa que a doença permanece com o indivíduo por toda a sua vida, ainda que possa ser tratada e controlada.
Os tratamentos e medicamentos reduzem os sintomas, mas há possibilidades de alternância entre períodos de controle e de recaídas.
O uso frequente de substâncias acaba levando a alterações nos cérebro, acionando o sistema de recompensa e prejudicando o sistema que ajuda no controle das nossas ações.
Isso faz com que o indivíduo perca o controle dos impulsos, do planejamento e das decisões, e por isso, os especialistas a reconhecem como um transtorno psiquiátrico.
Isso explica a necessidade intensa que a pessoa sente de consumir compulsivamente a substância, mesmo sabendo que está prejudicando a sua vida.
Características das doenças crônicas
Conhecidas por doenças que podem durar mais de 1 ano e demandam constantemente cuidados médicos por longos períodos.
Apesar de não serem consideradas emergenciais, se não tratadas devidamente o quanto antes, podem agravar e afetar gravemente o estado do paciente.
Para ilustrar, podemos citar como doenças crônicas o câncer e os problemas cardiovasculares. Algumas doenças metabólicas, como diabetes e colesterol, doenças respiratórias, como bronquite e asma.
Essas doenças são responsáveis por 63% das mortes no mundo, e por 74% das mortes no Brasil.
A dependência química se assemelha a essas doenças pelo fato de poder ser gerenciada, mas não totalmente curada, demandando cuidados contínuos a longo prazo.
Por que a ciência não fala em "Cura"?
A palavra "cura" pressupõe um fim definitivo para a doença, o que não se aplica à dependência química, pois como vimos, ela causa mudanças cerebrais permanentes e tem uma natureza crônica.
Entretanto, os pesquisados falam sobre "remissão" e "gestão" da dependência. Uma vez que o dependente pode voltar a ter uma vida saudável e se manter em recuperação contínua.
Os tratamentos adequados estabilizam os pacientes, reduzem danos e aumentam a qualidade de vida.
A Importância do Suporte Contínuo
O fato de saber que a dependência química não pode ser curada desanima muitos familiares e até mesmo os dependentes.
Mas isso é um engano, pois os tratamentos para dependentes podem produzir tanto resultados positivos quanto negativos, assim como qualquer outra doença crônica.
Compreender a natureza da dependência traz expectativas realistas e ajuda os profissionais a escolherem o melhor tipo de tratamento de acordo com cada caso. Bem como desenvolverem estratégias de enfrentamento pensando em longo prazo.
>> Você também pode se interessar por esses artigos:
Boa notícia: inovação da vacina contra dependência química da UFMG
Saiba tudo sobre como internar um dependente químico gratuitamente
O papel das Terapias
Já falamos sobre os tipos de tratamento existentes e mais utilizados pensando na recuperação dos dependentes. Para estar mais familiarizado sobre o assunto, sugiro que depois leia esse artigo: Dependência Química e os tratamentos que recuperam a vida!
Fazendo uma síntese, os tratamentos costumam combinar medicações, terapias e apoio social.
As abordagens terapêuticas têm um papel essencial, pois são eficazes para que o indivíduo desenvolva habilidades para gerenciar conflitos.
Além disso, elas ajudam a identificar padrões de pensamentos e comportamentos. E minimizar danos, lidar com recaídas e ansiedade, além de fornecer orientação para o paciente e familiares.
O psicólogo especialista, precisa estar atento para se adaptar à necessidade individual e conduzir o processo da melhor maneira, sendo respeitoso e empático.
Não deixe de buscar ajuda profissional
Ainda que no sentido tradicional uma cura não seja possível, a recuperação de uma vida saudável é alcançável para muitas pessoas.
Por fim, se você está em situação de dependência ou tem um ente querido nessa condição, não hesite em procurar um profissional especializado para um tratamento adequado.
Esse é um desafio que pode ser de longo prazo, mas com o suporte correto é possível viver livre do uso de substâncias.
Entre em contato comigo e vamos discutir como eu posso te apoiar no caminho para a recuperação. Vamos, o quanto antes, transformar a sua realidade!
Gostou desse conteúdo? Continue lendo meu blog para saber mais sobre esse assunto!
Referências
Psicologia,Teoria e Pesquisa, Brasília, Abr-Jun 2009, Vol. 25 n. 2, pp. 203-211
Jornal da Usp: Uma aula de combate ao vício


Todos os direitos reservados.
2024 Copyright Rafael Bertin Psicologia
Desenvolvido por Joelma Entzmann para a Rafael Bertin Psicologia