Um guia completo para se libertar da dependência química

Doenças, acidentes, violência, esse são os efeitos devastadores que a dependência química traz não somente para o consumidor, mas também para a sociedade. Estima-se que cerca de 285 milhões de pessoas no mundo usaram alguma droga em 2020.  

Se você está numa luta pessoal para vencer o uso de substâncias químicas ou busca meios de ajudar alguém que se tornou dependente, este guia foi feito para você. 

Vamos entender melhor sobre esse tema e conhecer os recursos disponíveis para encontrar ajuda e iniciar o caminho em direção à recuperação. Tenha coragem e siga a leitura!

Entendendo a Dependência Química de uma forma simples

Se você busca ajuda ou quer ajudar, precisa entender antes com o que está lidando. 

Primeiro de tudo é errado pensar que o consumidor de substâncias químicas faz uso frequentemente porque não tem força de vontade, ou ou porque ela escolhe se ferir. 

Já existem estudos científicos que comprovam que a Dependência química é uma doença. 

A Organização Mundial da Saúde - OMS concorda com isso e associa o consumo a longo prazo com mais de 200 problemas de saúde e ainda como sendo um grande fator de risco para violência e acidentes rodoviários.

Assim como a neurociência demonstra que a dependência química é uma doença do cérebro, mas muito influenciada pelo meio ambiente. 

O maior problema é que frequentemente a dependência leva a complicações no organismo graves que podem levar a morte, entre as principais são: 

• Cirrose hepática; 

• Miocardiopatia alcoólica;

• Demência alcoólica;

• Impotência sexual;

• Infertilidade; 

• Neuropatia do nervo óptico (levando à cegueira); 

• Dentre outras.

Que substâncias são essas e quem ela afeta?

Quando falamos de dependência química, é normal vir a mente o uso de drogas ilícitas, mas a verdade é que a lista de substâncias vai além. 

A drogas ilícita mais usada no Brasil é a maconha, pois 7,7% dos brasileiros de 12 a 65 anos já a usaram ao menos uma vez na vida. Depois vem a cocaína, o crack e similares. 

Mas as substâncias químicas também podem variar entre bebidas alcoólicas, cigarro e medicamentos, incluindo calmantes.

A atenção deve vir quando o indivíduo já não consegue resistir à vontade de usar a substância. Ele vai exagerar na cervejinha, vai usar calmante compulsivamente ou achar que está consumindo maconha somente para lazer, mas não fica sem ela.

Quando a pessoa perde o controle do uso, provavelmente ela já se tornou dependente. 

Apesar da dependência química não escolher idade, gênero, raça ou classe social, a maioria é homem e inicia o consumo na adolescência.

Sinais de Dependência Química para estar atento

Quanto mais cedo você identificar os sinais de dependência química , melhor para buscar ajuda. Infelizmente somente 1 a cada 7 usuários reconhecem que são dependentes e buscam ajuda. 

Alguns dos sinais comuns incluem:

• Falta de controle: uso contínuo mesmo com um desejo forte de parar;

• Danos sociais: o dependente começa a descumprir com as suas obrigações, seja no trabalho, escola ou em casa. 

• Se expõe a riscos: exemplo, dirigir bêbado;

• Apresenta sintomas de abstinência quando a substância não é consumida.

Outros sinais são as mudanças de comportamento e o isolamento social. Sendo a droga a parte central da sua vida. 

Comportamento compulsivo além da dependência química

Existem alguns outros comportamentos compulsivos que não necessariamente estão relacionados a substâncias químicas. Entretanto, o indivíduo frequentemente tem os mesmo comportamentos de um dependente. 

O comportamento compulsivo pode partir de uma pressão interna ou em determinadas situações de pressão que a pessoa não consegue enfrentar de maneira saudável. 

Com isso, ela desenvolve excesso de maus hábitos que prejudicam seu bem-estar físico, psicológico e social. 

Alguns exemplos desse tipo de comportamento são:

• As compras compulsivas, 

• Alimentação exagerada

• Compulsão por jogos de azar;

• Pornografia,

• Entre outros.

Recursos para dependentes de substâncias químicas

Eu sei que até aqui o que vimos é triste e desanimador, mas a boa notícia é que hoje já temos uma variedade de recursos disponíveis que contribuem no processo de recuperação. 

O primeiro passo é o usuário reconhecer que é um dependente e tomar a decisão de buscar ajuda. E sim, é possível recuperar o controle da sua vida e recomeçar.

Uma das formas eficientes de lutar é a terapia com um psicólogo. Um profissional especializado poderá te ajudar a identificar gatilhos emocionais, ambientais e sociais que vão desencadear o desejo no uso de substâncias.

Além disso, um psicólogo pode te ajudar a desenvolver mecanismos para enfrentar os principais desafios como abstinência e a desenvolver habilidades para enfrentá-los. 

Dependendo do caso, o profissional também poderá encaminhar para clínicas de reabilitação, grupos de apoio como Alcoólicos Anônimos (AA) ou Narcóticos Anônimos (NA), unidades do SUS e programas de tratamento ambulatorial como algumas das opções.

O programa vai depender das necessidades individuais e deve oferecer suporte como um todo, abordando não apenas a dependência química, mas também questões como saúde mental e emocional.

A Importância do Apoio Familiar

Para muitas pessoas que lutam contra a dependência química, o apoio da família desempenha um papel fundamental na recuperação. 

Familiares e amigos podem oferecer o suporte e encorajamento durante os momentos difíceis. Ainda mais, educar-se sobre a dependência química e participar de terapias familiares pode fortalecer os laços familiares e ajudar no processo de cura.

Aqui vai um alerta para a questão da codependência

Entre familiares de dependentes químicos, é característico surgir algum indivíduo com codependência. Trata-se de um transtorno emocional que pode desencadear outras doenças emocionais e comportamentais. 

Geralmente o codependente não enxerga que também está tendo comportamentos que não são saudáveis, com isso acabam prejudicando a sua saúde física e vida profissional. Dentre as principais características de um codependente, podemos citar:

• Negação de seus sentimentos;

• Baixo autoestima;

• Distanciamento de outras pessoas;

• Dedicação extrema ao dependente químico;

• Crença de que as outras pessoas são incapazes de cuidar de si mesmas e por isso, estão sempre disponíveis a ajudar;

• Deixam de lado suas necessidades pessoais.

As famílias nesse estágio acabam desenvolvendo uma inversão nos papeis e funções. Além disso, podem ocorrer o aparecimento de graves distúrbios comportamentais e de saúde em outros membros da família.

Sabendo disso, é importante que os codependentes ou familiares que percebam esse comportamento dentro de casa, busquem ajuda psicológica. Este é o melhor caminho para conseguir lidar com essa situação de sofrimento. 

Recursos para Familiares

Ninguém deseja ver toda uma família doente e nem permanecer em sofrimento. Mas há esperança! Existem alguns recursos que você pode recorrer, caso seja um codependente, dependente químico ou familiar do dependente.

Alguns deles são: grupos de apoio para familiares de pessoas com dependência, terapia familiar e programas educacionais podem fornecer informações e ferramentas para lidar com os desafios únicos que surgem ao apoiar alguém em recuperação.

A cura é possível e você não está sozinho

Você pode achar essa batalha solitária e assustadora, mas nunca é tarde para buscar ajuda. Hoje você viu que existem recursos e apoio disponíveis para ajudar no processo de recuperação. 

Ao procurar ajuda, lembre-se de que a jornada rumo à recuperação é única para cada pessoa, e o importante é dar o primeiro passo em direção a uma vida saudável e livre das amarras das substâncias químicas. 

Para ter acesso a mais informação sobre isso, continue acompanhando o meu blog ou assine a minha newsletter para ter mais recursos que vão te ajudar nessa jornada.