Saiba tudo sobre como internar um dependente químico gratuitamente
Saiba como internar um dependente químico gratuitamente no Brasil. Descubra os recursos e instituições disponíveis e como acessar esses serviços!
Rafael Bertin
6/13/20245 min read
Nem todos têm condições de internar um familiar que faz uso de drogas por questões financeiras, por isso, trouxe essa informação útil sobre como internar um dependente químico gratuitamente no Brasil.
A internação costuma ser um processo dramático para toda uma família, pois traz um desgaste emocional muito grande. Além disso, tem um alto custo.
Mas o nosso país tem leis e recursos que asseguram o direito de seus cidadãos de recorrer aos serviços públicos para manter a sua saúde, mesmo em caso de dependência química.
Para descobrir os recursos e instituições disponíveis para recuperação de usuários de drogas e como acessar esses serviços, continue a leitura desse blog!
Quando realmente é necessário internar?
Antes de tudo, precisamos reconhecer se há a necessidade de internar o indivíduo, visto que estamos habituados à visão antiga de que todo usuário precisa estar isolado.
Só que com a Lei da Reforma Psiquiátrica de 2001, o governo passou a dar mais foco em tratamentos em comunidades e ambulatorial, e menos em hospitalizações.
Assim sendo, precisamos entender que existem vários tipos de tratamento e a internação só será uma alternativa nessas situações:
Quando o indivíduo perde o controle total e já não consegue parar de usar substâncias por conta própria.
Quando a vida social, profissional e familiar do dependente é afetada.
Quando há riscos de comportamento autodestrutivo, overdose e violência contra os que estão ao redor.
A internação só é considerada em casos extremos, quando o paciente ou outras pessoas correm riscos, ainda assim, é temporária, até o paciente conseguir controlar suas crises.
Entenda os tipos de internação
Existem 3 formas de internação, a voluntária, involuntária e compulsória. Cada uma delas com finalidades específicas. Vamos conhecê-las:
Internação Voluntária
Quando o indivíduo busca tratamento por conta própria. Dessa forma, o paciente terá muito mais autonomia para tomar decisões em relação a sua saúde e bem-estar, colaboram com o tratamento e se sentem menos estigmatizados.
Internação Involuntária
Ocorre quando a avaliação médica determina que o indivíduo representa um alto risco para si e para os outros, levando a uma internação sem seu consentimento.
Esse tipo de internação dá acesso imediato a cuidados médicos e psiquiátricos, ajudando a estabilizar a condição de saúde do paciente.
Internação Compulsória
Também acontece sem a concordância do dependente, ela ocorre sem autorização prévia e por isso, é mais restritiva.
Em situações graves e de emergência, a internação compulsória garante uma intervenção rápida e eficaz. Com isso, os pacientes recebem um tratamento intensivo, sendo monitorados constantemente.
Isso ajuda a estabilizar as condições de saúde mental agudas e previne danos físicos ao indivíduo e aos outros.
Quais são as opções gratuitas de tratamento e internação?
O sistema nacional de saúde brasileiro dispõe de tratamento especializado e completo para dependentes químicos.
No entanto, quando se trata de SUS, sabemos que nem sempre há vagas disponíveis, das possibilidades de longas listas de espera para certos tratamentos, entre outros.
Esses desafios vão variar conforme a região e não quer dizer que seja algo impossível de se conseguir. O intuito desse texto, é informar o seu direito como cidadão e mostrar o que há de disponível nestes casos.
Tratamento pelo SUS - Sistema Único de Saúde
O SUS oferece diversos tipos de tratamento, inclusive para dependência química por meio de suas unidades especializadas. Para um tratamento ambulatorial voltado a dependência existem:
CAPS - Centros de Atenção Psicossocial.
CAPS AD - Centros de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas.
Ambas as unidades oferecem acompanhamento médico, psicoterapia e grupos de apoio. Caso seja necessária a internação, o SUS oferece vagas em hospitais psiquiátricos e comunidades terapêuticas para os casos mais graves.
Programas governamentais
Para atender a alta demanda, o governo também oferece tratamento gratuito para dependentes químicos por meio de programas que financiam clínicas de reabilitação.
Um exemplo, são as vagas financiadas em comunidades terapêuticas (CT). Para ser acolhido nessas comunidades, você precisa apresentar uma avaliação médica com diagnóstico, emitida por um médico da rede pública, privada ou da própria entidade..
O tempo de acolhimento nas CTs vai de 3 a 12 meses, a depender do caso. Para encontrar uma unidade próxima a você, basta clicar aqui.
ONGs e Instituições Religiosas e Filantrópicas
Outra alternativa gratuita são as diversas Organizações Não Governamentais (ONGs) e instituições religiosas e filantrópicas que oferecem gratuitamente tratamento para dependentes químicos.
Se não conseguir internação pelo SUS, essa é uma opção que você pode procurar na sua região.
Assistência Social
A Rede de Assistência Social é outro mecanismo essencial para suporte às famílias de dependentes químicos ou aos indivíduos afetados. Fazem parte dessa rede:
CRAS - Centros de Referência de Assistência Social
CREAS - Centros de Referência Especializados de Assistência Social.
Nessas unidades você tem acesso ao apoio psicossocial, orientação familiar e direcionamento para serviços de tratamento especializado.
Aliás, vale mencionar que o SISNAD - Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas, dispõe de auxílio financeiro para o tratamento de usuários em situação de vulnerabilidade social.
Internação gratuita - Passo-a-passo de como proceder
Para conseguir uma vaga para internar gratuitamente um dependente é preciso seguir os seguintes passos...
Passo 1: Avaliação Inicial
Os profissionais de saúde podem emitir a avaliação inicial em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) ou diretamente em um CAPS AD. Durante essa avaliação, profissionais de saúde mental determinam a necessidade e a urgência da internação.
Passo 2: Encaminhamento
Se a equipe do CAPS decidir internar o paciente, eles o encaminham para uma instituição credenciada, como hospitais públicos ou comunidades terapêuticas, por exemplo.
Passo 3: Documentação
Antes de internar, a instituição de acolhimento solicita a seguinte documentação:
RG;
CPF;
Comprovante de residência;
Cartão SUS;
Laudos médicos e relatórios de avaliação psicossocial.
Passo 4: Preparação para Internação
Cabe aos familiares e a equipe médica preparar o dependente químico para a internação, isso envolve discussões sobre o processo, o que esperar e como o tratamento funcionará.
Nesta fase o apoio emocional da família, assim como o acompanhamento de profissionais de saúde e de assistência social são fundamentais para o paciente superar os desafios que surgirem no processo de recuperação.
Conselhos finais
O governo brasileiro torna possível internar um dependente químico por meio dos organismos do SUS, assim como outras assistências gratuitas que podemos recorrer no nosso país.
Por isso, é essencial que as famílias que precisam e os indivíduos afetados recebam a informação correta e o apoio social e emocional nesse processo desafiador.
É conhecendo seus direitos e recursos disponíveis que torna possível um dependente químico receber a ajuda necessária para uma recuperação bem-sucedida.


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